A vida é engraçada de um jeito estranho, porque não estou morrendo de rir, não vejo um pingo de graça. Ela vem zombando de mim sem pedir licença e me deixa com essa cara de Luzia, cadê meu peru?, como diz a Cotis, uma amiga minha.
Ando saudosista ultimamente. Sinto falta da mãe, do pai, dos filhos pequenos, do cheiro do mato, da areia da praia, das amigas da escola e daquilo que eu nunca tive. Como a gente pode sentir falta de algo que não conhece e não sabe explicar o que é?
Esta semana morreu mais uma amiga. 50 anos. Câncer, a doença ruim, segundo a minha vó Chiquita, como se alguma doença fosse boa. Em 4 meses, foram-se 4 amigos.
Dá para enfrentar o medo imensurável do desconhecido? Deixar como está para ver como é que fica até que podia ser uma opção razoável. Só tem um minúsculo detalhe, coisa pouca. Sempre abominei esta possibilidade. E agora, José? Faz muito tempo que não tenho mais as respostas na ponta da língua.
O tempo passa voando e a gente só se dá conta depois que o danado já era, não tem outro jeito. É nesta hora que se faz o balanço da vida, o que fiz, o que não fiz e poderia ter feito. Para mudar o rumo da prosa e o andar da carruagem, dá-lhe coragem. O que a gente precisa mesmo é colo, simples assim.
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