terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O FUTURO A DEUS PERTENCE

O final do ano traz uma magia e a doce sensação de que tudo pode mudar no mês seguinte. Somos movidos pela esperança.  A gente pula 7 ondas, joga flores para Iemanjá e polui o mar, come caroços de romã e uva, ainda bem que não de abacate.
Tudo que não se fez em 365 dias pode rolar num passe de mágica.
E as previsões? Videntes a cada esquina, canais da TV,  revistas, até no Google com link patrocinado. Cada criatura de escorpião, câncer ou sagitário terá o mesmo destino. Interessante.
Cá pra nós, a gente tem uma pontinha de curiosidade sobre o futuro. Duro mesmo é ficar ciente dos perrengues. O cúmulo do masoquismo. Já que vou sofrer, pra que antecipar a tortura?
Até que não é nada mal descobrir que um grande amor vai surgir do nada, que o trabalho dos meus sonhos vai bater na minha porta, que viajarei por lugares que sempre sonhei. Mãos à obra para o planejamento.  Se o meu amor finalmente vai chegar, marco a depilação. Se o emprego pintar, compro um lap top de última geração, destes que cozinham e costuram. Se vou viajar, nada mais razoável que comprar um conjunto novo de malas.
Dizem que saber as coisas boas antes perde a graça. Depende do ponto de vista. Esperar pela festa não é melhor que ela? Duro é enfrentar as dívidas assumidas. Just in case, indico a Mãe Dinah como fiadora.
A coisa muda de figura com as previsões macabras. Alguém da família vai morrer. Ora, todo mundo morre, mas saber antes é que são elas. Basta alguém espirrar para lembrar do maldito tarô. Pode ser pneumonia e evoluir para septicemia. Crise no trabalho?  Entra alguém novo na empresa e tenho a certeza que meus dias estão contados, rua. Fim de relacionamento? O cara atrasa e lá se vão 5 anos de namoro. Pelo sim ou pelo não, prefiro ser pega de surpresa.
Nada muda se a gente não muda. O futuro a Deus pertence.

Nenhum comentário:

Postar um comentário