A gente erra, pisa feio na bola, mas remenda daqui e de lá, conserta, pede desculpa, demonstra o arrependimento, não importa, um dia, de novo, a casa cai. O mal nunca mais apaga. É uma dívida eterna. Nem em 1000 anos vão esquecer esta história.
Para sofrer bastante mesmo como um condenado da pior estirpe deve-se carregar a culpa pesada nos ombros para sempre. Quem coloca este fardo em nossas costas, nós ou os outros? Tudo aparentemente está resolvido, para o culpado faz parte de um passado distante que nem nas mais remotas memórias guardam algum resquício. Mas não. É preciso voltar à tona, tem que doer pra valer em quem errou.
Não tem sentido voltar com velhas e tão dolorosas mágoas, já basta o sofrimento quando aconteceram. Cutucar a ferida só piora, inflama, abre de novo a cicatriz que já estava fechadinha, tratada com absoluto cuidado para nunca mais infeccionar.
Talvez seja do ser humano esta coisa de não esquecer. Aonde está o tal lance de enterrar a sete palmos? Existe sim a vontade estrangulada na garganta e no fundo do coração de jogar na cara, de esfregar no focinho, de que você literalmente e deliberadamente errou. Viu? VOCÊ ERROU. Nada neste mundo vai apagar o seu deslize.
E o culpado tenta caminhar todos os dias, passo a passo, para seguir em frente. Quem sabe um dia, por encanto, ele pare de se culpar.
O jeito é colocar a viola no saco junto com a culpa dentro de uma mochila lotada de tijolos e pedras para agravar o castigo. Tudo isso porque um dia você errou, errou feio. Consertou, deu um jeito, mas errou e isso não se esquece.
No fundo mesmo, ninguém conserta nada. Fez, tá feito. Que se dane o mundo. De novo, viu, você errou. Todos são gatos escaldados e não acreditam mais em você. Não interessa se você fez um monte de outras coisas que deixaram geral e arquibancada feliz, que tornaram os que o cercam um pouquinho melhor. Balela. Você errou e é só isso que importa. Vai pagar por este erro até o último dia de sua vida. Carregue sua bolsa pesada, tomara que tenha que andar muito, assim você paga por cada lágrima derramada. Se eu também errei? Não importa.Você errou.
Adoro quando voce escreve, Ro, amo voce, irma
ResponderExcluirWan
Voltou a escrever!
ResponderExcluiradore1, que bom que voltou a escrever!
ResponderExcluirO pior é que quando voce está estabacado no chão chega alguém e fala: "Eu disse..."
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