terça-feira, 19 de abril de 2011

Vem de casa


Educação e gentileza parecem estar um tanto quanto démodé. Falta de uso. Foram a crista da onda na época dos nossos bisavôs, avôs, pais e estarão em pauta na geração dos nossos filhos, netos e bisnetos.
Não são manchete de jornal, capa de revistas, nem estão em destaque nas vitrines de boutiques famosas. Não estão à venda nas prateleiras do supermercado, da farmácia, nem loja virtual, por mais interativo que seja o e-commerce.
Os primeiros passos da educação e gentileza são dados em casa. A vida reforça depois. Pequenos gestos, atitudes corriqueiras, importantes exemplos. Atitudes atemporais. Podem vir a ser grandes feitos, não importa, este não é o objetivo.
Cumprimentar desde o faxineiro ao diretor, segurar a porta do elevador, dar um bom dia desejando um bom dia, estampar um sorriso franco para quem se aproxima pedindo uma esmola ou apenas quer vender um pacote de bala no farol.
A escola não ensina, pode até ajudar, mas vem de casa. Dependendo do colégio pode influenciar, para pior.
Os adolescentes parecem não ter captado a lição, mas sabem sim. Fora de casa praticam com maestria. Em casa, nem sempre.
Os pais têm a obrigação moral de ensinar desde a mais tenra idade, transformar num hábito, martelar, praticar todo santo dia, dentro e fora de casa. A água tanto bate até que fura. Aqui não é diferente. Vencer pelo cansaço.
É o pretinho básico de uma mulher. Todas têm um no armário. Elegante, não precisa ser de grife, nem ter pagado uma fortuna. Basta ter um caimento perfeito.
Talvez não salve o mundo, mas pode transformá-lo num lugar muito melhor para se viver.


Marot Gandolfi


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