Todos os divórcios são sofridos. Acompanhei de perto vários deles. Há um tipo de dor física também. Uma angústia inexplicável. Uma perda, sonhos caindo por terra, ilusões desmanchadas ao vento, decepções escancaradas. Mesmo quando os dois optam por esta solução, todos saem machucados. Leva-se muito tempo para curar as feridas. Algumas nunca se cicatrizam.
No meu trabalho tive a oportunidade de conhecer um homem que virou um amigo e que passou por um divórcio. Não estive presente neste momento crucial pós-separação. Começamos a ter contato profissional muito tempo depois.
Ele me surpreende tamanha a sua maturidade emocional. Conseguiu ressurgir das cinzas como Phoenix e não perdeu a dignidade. Palavra tão fora de moda ultimamente.
A maioria dos homens depois da separação começa a ser frequentador habitual de baladas, emagrece, passa a se vestir melhor e de forma descolada e, não raro, só saem com meninas de 20 aos 30 no máximo. Bonitas, saradas e com 10, 15, 20 anos a menos que os ditos cujos. É uma busca frenética pela fonte da juventude como se isso fosse amenizar a dor da separação.
Este amigo em especial não apelou para nenhum destes artifícios. Ele acima de tudo se respeita.
Vai a todos os shows musicais de artistas dos anos 60, 70 e 80. Dos anos 90, para nós quarentões, pouca coisa se salva, embora admita que há excelentes exceções.
Sai para dançar e conhece as melhores casas noturnas para isso. Vai realmente para chacoalhar o esqueleto. Não sai à caça.
Aproveita todas as promoções de viagens da Azul para embarcar para outros estados e reencontrar os amigos. Acredito que, às vezes, alguma mulher especial, um cacho, um caso, afinal ninguém é de ferro.
Tem uma família presente, que entende e aplica o verdadeiro conceito de família. Certamente, isso foi um bálsamo.
É extremamente comprometido com o trabalho. Exigente, envolvido e competente. No entanto, não faz do ofício uma válvula de escape, coisa que muitos de nós se agarra com unhas e dentes para não ter tempo de viver o ócio. Ah! O ócio e a culpa de volta à tona.
Talvez ele esteja no trabalho errado ou ainda não tenha percebido que poderia ganhar uma graninha extra. Din din a mais sempre ajuda, né não?
Que terapeuta que o que? Ele tem a receita de sucesso para enfrentar a dilacerante dor da separação. Ele soube usar os ingredientes em doses exatas para não sucumbir aos devaneios de todo homem e também de boa parte das mulheres neste período de luto.
Se ele permitir, para quem se interessar, passarei os contatos. No mínimo é uma atitude solidária para a irmandade dos novos solteiros.
Marot Gandolfi
MAROT, VOCE FEZ ME FEZ CHORAR, MAS NÃO SE PREOCUPE É UM CHORO DE ALEGRIA E DE AMIZADE. ACREDITO QUE NINGUEM QUE ME CONHEÇA PODERIA ESCREVER MELHOR. UM AMIGO EM COMUM SEMPRE ME DIZ "NÃO BASTA SER, MAS TAMBEM TEM DE DEMONSTRAR", É O QUE EU PROCURO FAZER SER AMIGO, SER RESPEITOSO, SER FELIZ E TAMBEM DEMONSTRAR ISSO COM PALAVRAS E ATITUDES.
ResponderExcluirMUITO, MUITO, MUITO GENTIL SUAS PALAVRAS, AMEI
ABRAÇOS.
ADALBERTO FILHO