IDADE INTEIRA

A velhice não me assusta. Ingênua, acredito que não vai rolar comigo. Convivo bem com as rugas e marcas de expressão.

A vida, implacável como só ela sabe ser, prega surpresas a cada minuto e aí adeus para a velha e boa zona de conforto.

Mudar é uma epopeia. Lidar com o desconhecido uma aventura para poucos. O pulo do gato para quem quer se livrar das amarras do passado.

Passei muito dos quarenta. Tentei negociar sem sucesso. A mudança chega sem pedir licença. Mudança de paradigma, ideias pré-concebidas, verdades absolutas e, por que não, de opiniões.

Não é feio, nem tampouco falta de personalidade. É humildade. Reconhecer que não é o último biscoito do pacote, nem a rainha da razão.

Quatro décadas e fechei para para balanço. Hora de reconhecer que nem tudo é como a gente imagina. Os planos nem sempre se concretizarão. Extermínio de crenças e renascimento.

Ousada, fiz uma tatuagem. Transgredi uma regra, a minha regra. Até então abominava tatoos. Senti o gostinho da adolescência. Doloroso e incrivelmente fascinante. Por que? Porque mudei de idéia. Isso nao tem preço, nem Mastercard paga.

Sigo em minha jornada buscando emoções diferentes, coisas que façam a diferença para melhor na minha vida e na de quem eu cruzar pelo caminho.

Não estou na meia idade, estou na idade inteira.