Escutei no rádio que os estacionamentos em São Paulo
dobraram o valor em cinco anos.
Pronto. Decidi que vou vender minha empresa e comprar um
terreninho básico para começar, suficiente para estacionar 10 míseros veículos
por dia. Desta vez, vou tirar o pé da lama.
Quem consegue parar o carro em alguma rua da Vila Olímpia, Jardins,
Avenida Paulista, Berrini, Faria Lima, Moema?
É um desafio hercúleo para poucos.
Tenho vontade de sair metralhando no melhor estilo Um Dia de
Fúria com Michael Douglas, cada vez que vou a um restaurante e tenho que
desembolsar 20,00 para o valet. O manobrista pega minha viatura, mexe no banco
e atrapalha todo o acerto que eu consegui fazer depois de inúmeras tentativas
para ficar do jeito que eu gosto, altera a estação do rádio e, se eu tiver
sorte, deixará um rastro permanente – um odor desesperado no ar. Isso sem
mencionar que o carro estará em lugar seguro – na rua. Eu deveria receber e não pagar, ora!
Em dezembro precisei parar em um estacionamento na Vila
Olímpia e praticamente tive uma convulsão. Pelo período de duas horas tiveram o
desplante de me cobrar R$ 36,00. Pensei em vender o carro para pagar a bagatela,
mas estava sem o DUT.
Hoje me dei conta de mais um surrealismo ligado ao tema.
Peguei o comprovante de um estacionamento na Vila Mariana e pela primeira vez
li o que sempre está escrito em corpo 2 – para ler tenho que levar uma lupa na
bolsa “Não nos responsabilizamos por
nenhum objeto e acessório deixados no interior do veículo.” Como assim, cara
pálida? De quem é a responsabilidade se meu GPS sumir enquanto estiver parado
em seu estacionamento? Fale com o Bispo.
Estacionamento é o empreendimento mais rentável do século.
Não precisa de construção, ao contrário, quanto mais área livre melhor, entram
mais carros. Os funcionários não precisam ter curso superior, nem inferior. Não
há gasto com luz, água, gás, internet. A demanda é cada vez maior. Não é a bola
da vez, é a bola do milênio. Pouco trabalho, muito dinheiro.
Concordo em gênero e número com você. É um absurdo o que fazem em restaurantes, casas noturnas ou qualquer outro lugar em que é necessário estacionar. É mais um assalto que sofremos neste cidade.
ResponderExcluirLesado e feito de bobo.
ResponderExcluirNão esqueça que se parar na rua, precisa pagar o flanelinha, não para que ele vigie seu carro, mas para que ele não risque ou faça coisa pior...
Brasil, um país de tolos!