terça-feira, 23 de maio de 2017

Carta Inversa no Dia das Mães


Nesta semana li dezenas de textos com declarações de amor e gratidão de filhos para suas mães. A maioria não me fez chorar, mas soluçar.
Lendo tantas cartas, parei para pensar por que os filhos agradecem às mães, quando eles é que nos deram a oportunidade ímpar de melhorar o mundo.
Não nasci para ser mãe, quero dizer, não tinha este sonho desde menina, mas ser mãe é que me fez ser o que eu sou.
Acompanhar o desabrochar daquele ser não tem como traduzir em palavras. Ele não é meu, não tenho direito de posse (nem quero ter), mas quem fizer ele sofrer...reze para não me encontrar. Não tem jeito, assumo definitivamente meu lado leoa.
Ver aquela criatura se tornar independente, com opiniões próprias, visões diferentes da sua e baseada em argumentos legítimos é realmente indescritível, a sensação de assistir a um filme e torcer pelo mocinho. É impossível não vibrar nos bastidores a cada etapa cumprida.
Aprendo todo santo dia com eles. Uma troca valiosa.
Confesso que sinto um pouco de nostalgia, vontade de voltar à infância dos meus pequenos para aproveitar mais, usufruir de cada segundo que perdi.
A maternidade não transforma nenhuma mulher em uma santidade. Ao contrário, em busca de sempre ser e dar o melhor exemplo descobri como sou imperfeita (e como!), aquele lugar no pedestal não me pertence, não pertence a ninguém, simplesmente porque não existe este santuário. É mito, caminho para o sofrimento tanto para a mãe que nunca consegue ser absolutamente perfeita, quando para o filho que tem a ilusão da perfeição e, invariavelmente, se frustra, e muito.
Então, nesse Dia das Mães, quero agradecer aos meus filhos, Felipe e Beatriz, que me fizeram ser uma pessoa melhor e buscar isso todo santo dia. Adorei o contrato que firmamos.
Amo vocês, meninos do meu core


Mã/Mami


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