sexta-feira, 25 de abril de 2014

DEIXA COMO TÁ PARA VER COMO É QUE FICA

Não é apavorante ser acometido pela Síndrome de Gabriela “eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, Gabrieeela”?  Agora que tudo está fora do meu controle tenho medo, um pavor insano, das coisas mudarem.
A vida é engraçada de um jeito estranho, porque não estou morrendo de rir, não vejo um pingo de graça. Ela vem zombando de mim sem pedir licença e me deixa com essa cara de Luzia, cadê meu peru?, como diz a Cotis, uma amiga minha.
Ando saudosista ultimamente. Sinto falta da mãe, do pai, dos filhos pequenos, do cheiro do mato, da areia da praia, das amigas da escola e daquilo que eu nunca tive. Como a gente pode sentir falta de algo que não conhece e não sabe explicar o que é?
Esta semana morreu mais uma amiga. 50 anos. Câncer, a doença ruim, segundo a minha vó Chiquita, como se alguma doença fosse boa. Em 4 meses, foram-se 4 amigos.
Dá para enfrentar o medo imensurável do desconhecido?  Deixar como está para ver como é que fica até que podia ser uma opção razoável. Só tem um minúsculo  detalhe, coisa pouca. Sempre abominei esta possibilidade. E agora, José? Faz muito tempo que não tenho mais as respostas na ponta da língua.
O tempo passa voando e a gente só se dá conta depois que o danado já era, não tem outro jeito. É nesta hora que se faz o balanço da vida, o que fiz, o que não fiz e poderia ter feito. Para mudar o rumo da prosa e o andar da carruagem, dá-lhe coragem. O que a gente precisa mesmo é colo, simples assim.



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